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Reciclagem do plástico em Florianópolis

Atualizado: 3 de out. de 2018

por Vanessa Esteves, Ilza Fernanda, Julia Chaplin,

Luana Gasperi e Adriana Bolzan


Reciclagem é o processo o qual visa transformar materiais usados em novos produtos tendo em vista a sua reutilização. Por esse processo, materiais que seriam destinados ao lixo permanente podem ser reaproveitados, como embalagem e utensílios de papel, papelão, metal, vidro, plástico e isopor. São recicláveis os resíduos que constituem interesse de transformação, que têm mercado ou operação que viabiliza sua transformação industrial.


O vidro, por exemplo, é totalmente reciclável, entretanto leva quatro mil anos para se decompor e somente em Florianópolis cerca de 500 toneladas do material são descartadas por mês, sendo apenas 200 enviadas para coleta seletiva. As 300 restantes acabam no aterro de Biguaçu - em um ano, somente a separação adequada garantiria a redução de 3,6 mil toneladas de resíduos no local.


Além disso, por Florianópolis ser uma cidade pesqueira, ela possui muitas linhas de pesca nas praias e, se não houver um destino correto para elas, demoram mais de 600 anos para obter a decomposição.


Coleta de papelão e sacolas na Praça Nossa Senhora de Fátima, no bairro Estreito. Foto: Vanessa Esteves

O problema do plástico

A garrafa plástica demora mais de 100 anos para sofrer decomposição na natureza e é cada vez maior o número deste material no meio ambiente. Os dados são alarmantes:

  • 20 mil garrafas de plástico são compradas a cada segundo no mundo;

  • Um milhão de garrafas plásticas são vendidas por minuto no planeta;

  • A reciclagem da garrafa PET é possível, porém a quantidade produzida globalmente torna a tarefa impossível.


O problema do plástico não é apenas a garrafa e muito menos o canudinho utilizado por apenas alguns minutos. Oito milhões de toneladas de plástico - os quais demoram mais de 400 anos para se decomporem - são jogadas no mar por ano, sendo estas ingeridas pelos animais marinhos.



O lixo em Florianópolis

A coleta de lixo convencional e a coleta seletiva em Florianópolis é realizada pela Companhia de Melhoramentos da Capital, a Comcap, criada em 1971. É uma autarquia - faz parte da administração pública indireta - também responsável pela execução dos trabalhos de limpeza pública na cidade e custeada pelo poder público.


Das 203 mil toneladas por ano que passam pelo Centro de Valorização de Resíduos (CVR) da Comcap, 183 mil seguem para o aterro sanitário e 20 mil são recuperadas e voltam para o ciclo econômico, gerando receitas de até R$4,5 milhões ao ano na Grande Florianópolis, entre economia com aterramento e renda a 200 pessoas das associações. O material recuperado é doado pela prefeitura para dez associações e cooperativas de recicladores e volta para o ciclo econômico.


Hoje, 35% do lixo de Florianópolis que chega no aterro sanitário é resíduo orgânico, 43% são itens recicláveis secos e 22% são rejeitos. Para a Comcap, é muito material reciclável e orgânico que poderia ser reinserido no ciclo econômico ao invés de chegar no aterro sanitário de Biguaçu, sendo que apenas 6% dos resíduos coletados pela empresa são recuperados.


Sede da Comcap, no Estreito. Foto: Vanessa Esteves

Como funciona a coleta seletiva?

A coleta seletiva é uma alternativa ecologicamente correta que desvia, do destino em aterros sanitários ou lixões, resíduos sólidos que poderiam ser reciclados. Assim, a vida útil dos aterros sanitários é prolongada e o meio ambiente é menos contaminado. Um lixão é uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhuma preparação anterior do solo. Nele, o lixo fica exposto sem nenhum procedimento que evite as consequências ambientais e sociais negativas.


A coleta seletiva deve ser organizada como uma corrente de três elos: educação ambiental, logística e destinação. O planejamento deve ser feito do fim para o começo da cadeia, ou seja, primeiro pensar em qual será a destinação, depois (e com coerência) a logística e por fim o programa de comunicação ou educação ambiental.


O símbolo utilizado para a reciclagem é um triângulo composto por três setas pretas dispostas no sentido horário. As setas representam a indústria, o consumidor e a própria reciclagem, definindo um ciclo. As embalagens recicláveis possuem este símbolo.


No Brasil, existem cerca de 135 cidades com coleta seletiva, sendo a maior parte realizada pelos catadores organizados em cooperativas ou associações. Florianópolis possui coleta seletiva de recicláveis secos (papel, plástico, vidro e metal) há mais de 30 anos e, atualmente, alcança 100% dos bairros. É a cidade pioneira no Brasil na coleta seletiva porta a porta.


Como é a coleta em Florianópolis?

Os materiais recicláveis devem ser separados em sacos plásticos, preferencialmente de cor clara e transparentes, e disponibilizados para a coleta nos dias de atendimento e horários de início corretos. Para saber os roteiros de coleta e quando seu bairro é contemplado, clique aqui. Os materiais devem estar limpos e o vidro em embalagem separada - ou ainda ser entregue em um dos pontos de coleta voluntária (PEVs) espalhadas pela capital.


Materiais como jornais, revistas, latas, grampos, clipes, garrafas, baldes, canos, copos, isopor e caixas longa vida (de multimaterial) podem ser separados para a coleta. Papéis engordurados ou sujos, esponjas de aço, pilhas, adesivos, embalagens metalizadas entre outros materiais não são recicláveis. É o gerador do lixo que escolhe qual destino terá o resíduo - se irá para a reciclagem ou seguirá para o aterro sanitário -, por isso tenha cuidado.

Até 2030, a meta do município de Florianópolis é recuperar 90% dos resíduos orgânicos, que podem ser transformados em compostos orgânicos, e 60% dos recicláveis secos. Caso o lixo orgânico gerado atualmente pelos 110 mil domicílios da capital fosse transformado em compostos para reuso, o município economizaria R$ 9,5 milhões por ano, sem incluir ganhos ambientais e sociais. Além disso, 25% do lixo de Florianópolis enviado como reciclável para a Comcap, via coleta seletiva, é rejeito, ou seja, não pode ser reciclado nem aproveitado de forma alguma.


Como fazer a minha parte?

É necessário seguir os três "érres" da sustentabilidade: reduzir, reutilizar e reciclar. Reduzir o desperdício, seja por meio de consumo consciente ou através da reutilização de materiais; reutilizar os não-recicláveis sempre que for possível antes de jogar fora; e reciclar, reaproveitando algo para a elaboração de novos produtos ou para a sua própria recuperação em boas condições.


Em nosso país, quase toda a totalidade de latinhas descartáveis e garrafas PET são recicladas. Entretanto plásticos, latas de aço, vidro, entre outros matérias são pouco considerados neste processo, reforçando as estatísticas que apontam que somente 11% de tudo o que se joga na lata de lixo em nosso país é, de fato, reciclado.


Aliás, hoje, um quinto do lixo doméstico do brasileiro é composto por embalagens. Por isso, pense bem antes de comprar, consumindo apenas o necessário e evitando o desperdício.


Continue acompanhando nossos próximos posts. Juntos faremos uma Florianópolis e um mundo ainda melhores!

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