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Crise na saúde pública de Florianópolis

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  • 2 de out. de 2018
  • 3 min de leitura

A saúde em Florianópolis está muito precária com falta de médicos em algumas especialidades, como, por exemplo, temos três especialistas em infectologistas para atender a população. Segundo o vice-diretor clínico dos médicos da prefeitura, Renato Figueiredo a saúde hoje em dia está em déficit de 70 médicos. Com está falta de médicos faz com que alguns pacientes esperem meses por uma consulta.

Desde 2015, o SUS enfrenta um de seus piores momentos e a população assiste a piora do atendimento público. Como por exemplo, os funcionários da emergência do Hospital Governador Celso Ramos, chegaram a paralisar as atividades, o Hospital Joana de Gusmão suspendeu as cirurgias eletivas por falta de verba e pacientes otimizados, que precisam de bolsas coletoras para fezes e urina, tiveram o fornecimento do material suspenso. Esses são apenas alguns exemplos de uma sucessão de problemas que se acumularam nos últimos anos.

Esses problemas estão relacionados com a crise que abalou a economia de todo o Brasil. Com isso Santa Catarina faz de tudo para não sofrer, mas também sentimos os efeitos dos problemas financeiros. A expectativa para esse ano é que a Saúde recebe do governo estadual cerca de R$500 milhões a menos, em comparação com o ano passado, e com menos dinheiro fica difícil manter investimentos na saúde. Essa crise pode ser expressada em: R$508 milhões, este é o valor da dívida acumulada nas contas da Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina. Desse total, R$270 milhões são referentes às despesas com municípios e outros R$140 milhões envolvem contratos de gestão com organizações sociais.

Com essa crise acontecendo faltam medicamentos e produtos nos hospitais, aumentou o tempo de espera nas filas, precarização da infraestrutura e cancelamento de cirurgias, além de vários outros problemas.

Separamos algumas perguntas e respostas frequentes que a população quer e precisa saber.


Como enxergar a raiz do problema da Saúde em Santa Catarina?

Houve uma explosão de custos e o problema da saúde hoje é financeiro. Evoluímos no tratamento, estamos vivendo mais, estamos vivendo melhor, mas não cuidamos da parte financeira. Então, para isso, há um problema de gestão, há um problema de onde se vai tirar mais recursos para fazer frente a essas despesas que continuarão subindo muito acima da inflação por que é ganho de tecnologia.


A legislação é muito amarrada e acaba burocratizando muito todo o sistema da Saúde?

Um dos grandes problemas que se tem, no caso de Santa Catarina, é que o “extra teto”, onde você dá o teto para o hospital, de, por exemplo, 50 cirurgias, aí o hospital precisa fazer 70 ele vai lá e faz. Ele não vai deixar as pessoas sem atendimento e esperando. Esse “extra teto” não é reconhecido pelo governo federal. Temos mais de R$1 bilhão e o Estado aporta o recurso que não estava programado, mas Saúde, não tem como ter teto. Mais se a pessoa está doente não é um número que vai impedir, ai arrebenta com aquilo que é orçado.


Existem conversa com o governo federal para tentar melhorar a questão do repasse e cobrar isso também?

O momento está difícil de aportar um valor maior e não estão conseguindo ter êxito nisso. Há boa vontade, há sensibilidade, mas faltam recursos e quase sempre se volta de mãos vazias. Até para se justo, eles fizeram alguns credenciamentos que o Estado estava pagando de serviços que, em três anos, eles vão assumir 100%. Ampliaram muito o trabalho de oncologia e o governo federal não estava pagando porque não estava credenciado e agora passou a credenciar.


Como espera que seja o desdobrar dessa crise?

A crise financeira da Saúde foi mais forte do que se esperava e ela surpreendeu pelo volume porque a arrecadação caiu e a despesa subiu muito. Existem problemas estruturais do estado que são difíceis de serem corrigidos. Um trabalho que você desenvolve 24 horas por dia, durante os 365 dias do ano, a jornada de trabalho ser de 30 horas, ela inviabilizou o estado e criou um impacto financeiro muito elevado. A maioria das pessoas trabalha 40 horas, todo mundo cumpre uma jornada e na saúde todo mundo trabalha 8 horas e os funcionários do governo do estado trabalham só 6 horas. Isso aumentou muito nossos custos e desequilibrou os valores, mas é uma lei e não se pode mudar essa lei porque não havia ambiente para isso.


A conclusão que pode ser tirada segundo o sentimento dos moradores locais é que apesar de melhorias estarem sendo realizadas, ainda à muito o que ser feito na questão de saúde na grande Florianópolis.





Por: Thuany Cristine, Nicole Wolter

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