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Skate à beira-mar

foto: cortesia da Prefeitura de São José


Noite de sexta-feira, clima nublado, ameaçando garoar. Mas isso não impediu que as pessoas fossem chegando e buscando seu espaço em meio ao concreto que se levantava tomando formas na pista de skate da beira-mar de São José. Entre inúmeros skatistas que corriam de cima a baixo sobre suas pranchas de quatro rodas, crianças brincavam, ciclistas davam voltas e casais aproveitavam o clima ameno para caminhar.


Esse é um cenário muito comum para quem está acostumado a frequentar o local, logo ao lado do Centro Multiúso de São José. A convivência pacífica é usual, e pode-se notar pelos cuidados de todos que estavam presentes, que cada espaço era bem delimitado, mesmo que informalmente. As crianças e aprendizes ficam nas beiradas; enquanto o centro da pista, lotado de obstáculos e bancos, era zona dos skatistas mais maduros.


“Venho aqui de vez em quando e todo mundo se respeita bastante. Nunca tive problemas. Hoje trouxe meu filho para brincar com o patinete dele, mas sempre falo pra ele ficar aqui no cantinho.”, diz Joabe da Rosa, 35, com o filho David, de 9. Talvez pelo dia das crianças se aproximando, a figura de pais e filhos não era incomum pela Beira-Mar.


Mas nem apenas skate respira o lugar. No chamado bowl, uma enorme “onda” que ergue-se do chão (evidenciando a origem que o esporte tem do surf), também pipocavam praticantes de BMX pulando em suas bicicletas. O cenário todo dia é como o de um clipe musical, ritmado pelo barulho das rodas e madeira batendo no chão.


Um dos “bicicleteiros” é Robson Rafael de Lima, de 21 anos, que pratica o esporte desde criança: “Eu venho aqui há uma cara. Desde que era só mato em volta e tinha só aquele half ali”, diz, apontando para uma rampa grafitada na outra extremidade do parque. Era ocupada por um rapaz de rollers que pulava de um lado para o outro.


O vento começou a bater e grupos de amigos que estavam reunidos ao lado da casa de bocha, próxima à pista, começaram a se recolher. A garoa agora caía tímida, mas com jeito de que engrossaria. Mas nem os trovões que vinham do mar logo atrás serviram para afugentar os esportistas, que pareciam mais concentrados no que faziam do que com a possibilidade de a água arruinar as lixas de seus skates.


Apenas com a primeira torrente de água que o movimento começou a dispersar. Alguns corajosos ainda terminavam seus copos de bebida embaixo das marquises da casa de bocha, outros viravam os skates sobre suas cabeças e corriam em direção à cobertura. Esperavam a primeira trégua da chuva para poder ir embora.


Para quem procura um bom ambiente para visitas, para praticar esportes ou apenas para uma amigável caminhada em família, a Beira-Mar de São José é um destino certo. Localizada no fim do Kobrasol, pouco antes da estátua de São José, está sempre fervorosa em movimento. E, convenhamos, é difícil encontrar um josefense que nunca tenha passado uma sexta-feira por lá.


Grupo Culturas Urbanas.


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