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Devolução

por Talita Booz, Isadora Rocha, Sabrina Moraes,

Thayse Vieira e Ana Carolina d’Alquino



No último ano, segundo o CNJ, 62 crianças adotadas voltaram às casas de acolhimento em Santa Catarina. Isso porque, após serem tiradas dos abrigos pelas novas famílias passam por um processo de Estágio de Convivência que pode terminar na volta do menor por determinação da justiça ou pelos pais adotantes.

Nesses casos, os motivos nem sempre são plausíveis. Essa situação é chamada de devolução imotivada, na qual o Estado acolherá a criança novamente e a adoção será indeferida. No entanto, as justificativas por parte dos novos pais são inúmeras como relata a psicóloga Valentina Baldino.

— A insegurança, falta de preparação e medo das novas obrigações ocupam grande parte das motivações dadas pelos adotantes.

Esses argumentos têm relação direta com o adotado, afirma a psicóloga, uma vez que ela vai contextualizar a história contada.

— Depende muito da idade da criança, mas a maioria delas que lidam mal com o assunto, sofrem consequências, como a criação de resistências para se defender, a carência excessiva e sentimento de desamor consigo. É necessário entender o quão significativa é a palavra abandono na vida dela, ressalta.

A advogada Andresa Vieira explica que quando concluído o processo de adoção, ele torna-se irreversível, porque o filho adotado passa a ter os mesmos direitos de um filho biológico.

— Diante disso, se os pais quiserem devolver o menor, é como se pais biológicos entregassem o filho para o Estado. Mas ainda assim, continuam tendo o dever de sustento dos filhos e a criança detém direito à herança.


No estado, entre 2016 e 2017, apenas 6 adotados foram devolvidos após a conclusão da adoção. Essa e outras informações são trazidas pela reportagem Surra de abandonos, escrita pela jornalista Ângela Bastos no jornal Diário Catarinense. O material conta ainda com novos conceitos e depoimentos dos devolvidos que podem superar o trauma.

— Basta querer. Como psicóloga, trabalho através da ressignificação de palavras, acolhimento, expansão de valores, consciência, sonhos e rede de possibilidades. A pessoa viveu um trauma, não é ele, completa Valentina.


Para ir além:

http://dc.clicrbs.com.br/sc/pagina/multiplos-abandonos.html


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