Florianópolis a famosa capital "Gay Friendly"
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- 13 de set. de 2018
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de set. de 2018
por Higor Luiz Mendonça Zenaro

Foto retirada do documentário "Depois do Fervo" de Matheus Faisting.
Florianópolis é conhecida como uma capital “Gay Friendly”, mas será que o slogan dado a capital se vivencia realmente no seu dia-a-dia?
A capital catarinense foi a primeira cidade da América Latina a sediar o maior congresso de turismo LGBT do mundo em 2012. Estima-se que o turismo gay-friendly movimente US$ 54 bilhões por ano no mundo.
Em 2005 tiveram a ideia de realizar a primeira parada LGBT+ em Florianópolis, até então era uma das únicas capitais Brasileira do País que não tinha uma referência da parada da diversidade. Antigamente o BOB’S localizado na rua Trajano no centro de Florianópolis era conhecido como um point gay que possui um pouco da fama até hoje, porém o público LGBT atual não referência mais como point gay o local.
Logo a primeira parada começou por conta do pessoal do BOB’S que queria tirar o público LGBT da frente do estabelecimento. Após a primeira parada LGBT de Florianópolis a mídia e as pessoas começaram a comentar em todos os lugares sobre Florianópolis, assim ficando fixado a história de “Gay friendly” da capital. Mas Florianópolis é uma capital que vende uma imagem mas na vida real a vida se movimenta de uma outra forma, acreditando que a capital oferece uma estrutura de convivência ótima e hostil a esse público, de certa forma é verdade, o turismo LGBT que vem a capital e que consome os lugares que são turísticos no caso são pessoas que tem poder aquisitivo maior e de certa forma são essas pessoas que são acolhidas, e conseguem instrumentar um espaço de convivência. Porém por debaixo desse pano existe várias classes de pessoas LGBT que sofrem a opressão diariamente junto a relatos de homofobia com agressões verbal e físicas, principalmente gays negros.
Florianópolis tem como conhecido o bloco de rua chamado SUJOS, um dos blocos de carnaval mais famoso que acontece em Florianópolis a anos, o evento tem um número enorme de aglomeração de pessoas desde LGBT’S até famílias tradicional brasileira, aonde todos se fantasiam na maioria das vezes utilizando roupas do sexo oposto, homens de mini saia e peruca, gay e lésbicas com muito glitter e pouca roupa, Drag’s montadas na luz do dia. A capital também possui um cenário Drag muito forte e presente. Por conta da sua bagagem de uma capital “Gay Friendly” a prefeitura de Florianópolis divulgou a capital como destino LGBT em evento nos EUA, porém isso tudo é apenas marketing e aparência, não é por existir as melhores festas e carnavais badalados que a cidade é assim 365 dias no ano. “Gay Friendly” virou produto atualmente para as cidades, as pessoas querem utilizar esse slogan de “Gay Friendly” como um chamado para o público LGBT como de aceitação, o público LGBT da cidade é muito fiel com suas festas, casas e eventos, ter essa bandeira é ótimo financeiramente pra economia da capital, mesmo que seja na maioria das vezes apenas uma fachada, a capital ainda lida muito com a agressão, morte e preconceito diariamente, ser do meio LGBT em Florianópolis é estar sempre pensando na possibilidade dessas ameaças, é sempre uma sequência de fatos, nunca se para de ouvir sobre a agressão a classe LGBT na capital conhecida como “Gay Friendly”, é crescente; e no período do carnaval pode-se ver isso muito bem retratado, as pessoas se assustam quando conhecem os fatos acontecidos vindo de uma capital “Gay Friendly”, elas não dizem diretamente pra você que não te aceitam como você é, elas simplesmente te negam direitos teu, uma das únicas políticas públicas que se tem ao público LGBT é o turismo, que busca muito Pink Money, conhecido como o dinheiro que vem do público LGBT de várias formas, mas ser “Gay Friendly” não é só as festas que acontecem na capital, as pessoas LGBT vivem aqui, andam nas ruas todos os dias, trabalham aqui, constroem suas famílias aqui, então precisamos de muito mais evolução ainda nessa questão de respeito e verdadeira aceitação com esse público para realmente caminhar a uma capital “Gay Friendly”.
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